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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Aprendendo a perdoar...




A convivência com meu pai, nunca foram das melhores. Eu morria de vergonha dele, não tinha nada a ver com sua aparência, como todos achavam, (meu pai é muito mais velho que minha mãe, ele tem quase a idade de ser pai dela) mas da mesma forma que tinha vergonha, eu também sentia falta.      Para mim, era horrível ver as outras crianças da minha idade com a família unida e reunida (pai, mãe e irmãos) e eu não, eu não tinha pai presente, minha mãe sempre trabalhando, eu e meus irmãos éramos espalhados no mundo, minha irmã mais velha, trabalhava na capital do nosso estado (Teresina) a 2° mais velha, morava aqui em São Paulo, meu irmão querido (3° mais velho) estava prezo aos vícios, e minha outra irmã (2° mais nova) estava saindo da adolescência, fazendo novas descobertas e novos amigos.      

Por muito tempo eu não conseguia falar a palavra PAI, sentia tanta necessidade, de um abraço apertado, da proteção e do carinho, que só um pai poderia dar... A pior data do ano, sem duvidas era o dia dos pais, quando comemorava na escola eu odiava, e não fazia a mínima questão de participar de nada

Quando meu pai vinha me visitar, (ele morava na capital, ‘’Teresina’’) ele tinha o ‘’dom’’ de estragar meu dia facilmente, eu não sei bem porque ele fazia aquilo, mas ele visitava todos os amigos dele sóbrio, mas quando ele me procurava, mal podia se segurar, bêbado, estendendo a mão suja de tanto cair e levantar, pedindo ‘’benção’’.

    Eu era motivo de chacota, entre os meus ‘’amigos’’, era horrível! Eu desenhava uma imagem bonita dele na minha cabeça, ele era meu herói, meu super pai, meu ídolo... Mas quando ele vinha-me visitar, ele se transformava rapidamente em um mostro, em alguém que eu não queria ver, que eu tinha muito ódio, alguém que me fazia chorar sem me bater...

Quando me tornei adolescente, parei de desenhar imagem bonita, e passei apenas a odiar, tinha medo do que ele poderia fazer para me envergonhar, passei a me esconder dele, trocava de calçada, fingia que não conhecia... Enfim, cheguei a falar varias vezes que preferia sua morte, a esta perto dele... (quanta imaturidade, mesmo sendo criança)

Hoje, mais madura, vejo o quanto fui injusta com ele, que todos merecemos uma segunda chance, e que ele só fazia tudo aquilo, de repente uma maneira de se ‘’encorajar’’

Mês que vem vai a minha maior prova de ‘’fogo’’, depois de alguns anos sem vê-lo, sem saber noticias á seu respeito, chegou a hora de enfrentar os ‘’traumas’’ de infância, chegou a hora de encarar a verdade...

De repente chegou a hora de aprender a falar a palavra PAI e seguir em frente com uma nova historia, desta vez com um final feliz

Depois do nosso encontro, vou dividir com vocês a experiência de enfrentar um gigante...  

Deus abençoe a todos ricamente!
 

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